Com o tema central “O Brasil está para negócios?”, a Fecomércio-RS levou mais uma vez o programa Giro pelo Rio Grande para a região da fronteira Sul do Estado, na cidade de Jaguarão, na noite desta terça-feira (17). Percorrendo os cenários econômico, tributário e político os painelistas Marcelo Portugal, Lucas Schifino e Rafael Borin nortearam as principais necessidades e oportunidades de investimentos diante da conjuntura que o país vive. O objetivo do evento buscou discutir e auxiliar empreendedores para a tomada de decisão quanto à expandir negócios, contratar colaboradores, onde e como investir ou se o momento é de cautela nos negócios.
O presidente do Sistema Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, lembrou que apesar dos avanços progressivos, ainda que parciais, com a aprovação da Reforma da Previdência pela Câmara dos Deputados e da MP 881 no Senado, ainda há muito o que progredir, e é latente a necessidade de tramitar com urgência a Reforma Tributária. Sobre essa questão Bohn enfatizou que a Federação é totalmente contrária à volta CPMF ou da criação de qualquer outro tributo que onere ainda a sociedade. “Não queremos na forma antiga, como um imposto sobre transações bancárias, ou sobre pagamentos em geral para ser fonte de financiamento da Previdência e, principalmente, não a queremos na forma de um imposto único, algo que não existe em nenhum país do mundo”, afirmou o dirigente.
Para o presidente do Sindilojas Fronteira Sul, José Fernando Martins Mendes, o evento Giro pelo Rio Grande na cidade de Jaguarão trouxe uma demonstração da realidade do país aplicada às especificidades dos negócios em cidades do interior, o que contribui para um melhor direcionamento dos negócios e adequação ao cenários econômico e político. “Pensamos e atuamos em sinergia com a nossa Federação, pois também defebdenos e trabalhamos pela simplificação da carga tributária e a aprovação urgente da Reforma”, defendeu.
O economista Marcelo Portugal, consultor da Fecomércio-RS, abordou as questões em voga do Executivo como o ajuste fiscal, as privatizações e a Reforma Tributária, que figuram como uma agenda econômica correta de longo prazo. No entanto, Portugal também apresentou questões que no curto prazo tornam a situação econômica do país muito difícil, como a liberação do FGTS e a redução dos juros, que ajudam, mas não mudam radicalmenteo cenário. “O grande desafio do governo é político, que é viabilizar a agenda no Congresso de longo prazo”, alertou o consultor.
O advogado e consultor tributário Rafael Borin sinalizou que há um cenário bastante amadurecido para a reforma tributária. “Todos querem que unifique o PIS e a Cofins. Não funcionamos mais bem com o caos, é preciso um enxugamento. Mesmo que a reforma não seja a ideal, atende a diversas necessidades, sendo mais fácil de controlar, entender e pagar os tributos”, salientou Borin. Para ele, a boa notícia é que é possível ver avanços na questão da desburocratização. “No momento em que o tributo gera redução de custo ou caixa ao empresário são muitos que estão conseguindo melhorias. Empresas ganharam ações sobre os tributos cobrados irregularmente do Pis e da Cofins”, comemorou.
O economista Lucas Schifino, também gerente da Assessoria Parlamentar da Fecomércio-RS, falou a respeito do cenário atual no Congresso Nacional e a nova forma do sistema interagir. Segundo ele, a aprovação da Reforma da Previdência na Câmara e da MP 881 o Senado representou a maturação da sociedade e dos parlamentares e evidencia uma mudança resultante da maioria consistente alinhada aos principais projetos do Governo. No entanto, Schifino enfatizou a necessidade latente do próximo passo ser a aprovação da Reforma Tributária, sendo a PEC 45, de autoria do economista Bernard Appy, a mais provável de ter maioria favorável no Congresso Nacional.
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