Conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral (PNAD Contínua Trimestral), do IBGE, a taxa de desocupação média do Rio Grande do Sul foi de 9,4% no segundo trimestre de 2020 (abril a junho), com elevação em relação ao trimestre anterior (8,3%). No comparativo com o mesmo período de 2019, em que a taxa de desocupação registrou 8,2%, também houve aumento de acordo com o IBGE.
A taxa de desocupação no Rio Grande do Sul foi a terceira mais baixa do país, ficando atrás de Santa Catarina (6,9%) e Pará (9,1%). A posição de maior desocupação permanece sendo a Bahia, com taxa de desocupação de 19,9%. No que se refere aos componentes da taxa de desocupação, entre abril e junho frente ao mesmo período de 2019, o contingente de ocupados no RS teve variação de -8,7%, enquanto que força de trabalho disponível encolheu em 7,5%, o que provocou o aumento da desocupação.
O rendimento médio das pessoas ocupadas foi de R$ 2.637,00, no segundo trimestre de 2020, teve variação de 2,1% frente ao trimestre anterior (R$ 2.583,00) e de 1,5% em relação ao segundo trimestre de 2019. Contudo, de acordo com o IBGE, os resultados não foram estatisticamente significativos. A massa de rendimento real atingiu o montante de R$ 13,1 bilhões, o que representou uma variação de -1,4% frente ao mesmo período do ano anterior.
O avanço da taxa de desocupação não surpreende, mas não traduz o real quadro do mercado de trabalho gaúcho. A taxa de desocupação só não cresceu mais porque muitas pessoas não estão procurando emprego. Isso pode se dar por muitas razões, entre elas, a percepção de que não encontrarão vagas abertas no momento, o medo de contaminação ao sair para procurar trabalho e, até mesmo, a menor pressão da queda de renda por perda de ocupação pelo acesso a benefícios como o seguro-desemprego e auxílio emergencial. Dado o comportamento do rendimento médio, fica evidenciado que as pessoas de menor renda foram as que mais perderam sua ocupação no período, o que reforça o efeito do acesso aos benefícios temporários como mecanismo que evita o crescimento da taxa de desocupação. Para um futuro próximo, quando esses mecanismos findarem, espera-se novos aumentos da desocupação no Estado.