A cidade de Jaguarão recebeu a terceira edição do Giro Pelo Rio Grande da Fecomércio-RS na noite desta quarta-feira, dia 03. O evento, realizado na Biblioteca Pública da cidade, reuniu cerca de 180 pessoas para debater o tema “Eleições 2022: o que vem pela frente?”. Mediado pelo gerente de Relações Governamentais da Fecomércio-RS, Lucas Schifino, o encontro contou com as apresentações do cientista político Fernando Schuler e do consultor econômico da Fecomércio-RS, Marcelo Portugal, sobre os possíveis cenários políticos e econômicos das eleições estadual e presidencial que ocorrerão em outubro deste ano.
Em seu discurso de abertura, o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, lembrou dos 77 anos da Federação completados neste dia 03 de agosto. “Nessas quase oito décadas, lutamos diariamente por um RS melhor e mais desenvolvido. E estar nesta data especial promovendo um dos mais importantes eventos da Fecomércio-RS, é saber que estamos no caminho certo, o caminho da busca contínua por melhorias, fortalecendo o comércio de bens, serviços e turismo do nosso Estado”, disse.
Bohn destacou também a importância do tema do Giro Pelo Rio Grande neste ano, que traz uma análise do atual contexto político e econômico brasileiro, com base nos diferentes cenários projetados pela disputa eleitoral dos próximos meses. “Este ano, colocamos na nossa pauta um assunto de extrema importância e que precisamos dar a devida atenção e visibilidade para que os próximos quatro anos sejam de progresso e desenvolvimento para toda a comunidade gaúcha, as Eleições 2022”.
O presidente do Sindilojas Jaguarão, José Fernando Martins Mendes, agradeceu a realização do evento na cidade para tratar de um tema tão importante como esse. “Queremos agradecer seu compromisso, presidente Bohn, em aproximar as bases de atuação da Federação, auxiliar na modernização dos nossos sindicatos e nos ajudar a impactar diretamente na vida dos nossos associados”, concluiu.
Antes do painel, o prefeito Rogério Lemos Cruz, falou sobre o quanto os municípios da região sofreram com os impactos da pandemia. Além da crise originada pela COVID-19, mais um desafio se aproxima, segundo o prefeito, que é escolher os principais governantes do país para os próximos quatro anos.
Painel debate cenário eleitoral e crescimento do País
Dando início ao painel, o consultor econômico da Fecomércio-RS, Marcelo Portugal, observou que o País tem desafios a curto e a longo prazo. “Precisamos acelerar o crescimento do Brasil nos próximos cinco anos e, para isso, precisamos de uma série de ações”, disse.
Portugal citou a necessidade de uma reforma nos setores público e privado, especialmente no setor público como uma mudança do regime dos cargos públicos, a privatização de empresas públicas e a abertura da economia. “Precisamos repetir o ritmo de reformas dos anos 1994-2005. Foi aquele choque de capitalismo com abertura comercial, privatização acelerada, equilíbrio das contas públicas, estabilidade institucional, fim da hiper-inflação, redução de subsídios setoriais, que gerou vários anos subsequentes de crescimento econômico no país”.
Outro aspecto citado pelo economista é a necessidade de uma reforma tributária. “Qualquer reforma tributária precisa racionalizar e simplificar os impostos, mas sem aumentar os tributos. O setor público já arrecada mais de dois trilhões de reais por ano em impostos, taxas e contribuições”, destacou.
Logo após, o cientista político Fernando Schuler apresentou o panorama político ao longo dos anos e suas principais mudanças. O painelista apontou que, entre 2013 e 2022, passamos por três crises: de mutação tecnológica, uma instabilidade e uma polarização tribal. “Temos mais gente participando da política de forma ativa, pois as pessoas não dependem mais de uma instituição, como um jornal, para manifestarem suas opiniões. Estamos atravessando uma mudança tecnológica que deu poder para as pessoas e precisamos compreender que a tecnologia não volta para trás. Nós vamos precisar saber lidar com isso”, afirmou.
Schuler também falou sobre o cenário de polarização nas eleições presidenciais e sobre como o governo atual rompeu com um ciclo histórico de polarização entre PT e PSDB. Ele acredita que houve avanços em vários pontos como com o teto de gastos, a lei das agências reguladoras, a lei de liberdade econômica, a lei das terceirizações, a autonomia do Banco Central e a PEC emergencial.
Por fim, os palestrantes debateram sobre modelos eleitorais de países desenvolvidos, bem como a efetividade do serviço público.