Pesquisa deu sequência aos aumentos do percentual de contas em atraso, mas o pagamento com atraso em até 30 dias segue próximo a mínimas históricas
A Fecomércio-RS divulgou nesta quinta-feira, dia 14, os resultados da edição de junho da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência dos Consumidores Gaúchos (PEIC-RS). A análise revelou que 93,0% das famílias gaúchas possuía algum tipo de dívida naquele período, um percentual inferior ao mês passado (94,4%) e superior ao de junho de 2021 (78,6%).
O Percentual de Famílias Endividadas considerando o recorte de renda mensal de até dez salários mínimos foi de 94,2% e, para as famílias de renda superior a dez salários mínimos foi de 88,0%. Em junho do ano passado, as famílias de menor renda e que estavam endividadas correspondiam a 80,3%. No caso das famílias de maior renda o percentual era de 71,8%.
O Percentual de Famílias com Contas em Atraso teve a 13ª elevação na margem e atingiu 40,3% (39,2% em maio de 2022), quase o dobro registrado em junho de 2021 (20,8%). O aumento nesse período refletiu a situação das famílias de menor renda, com aumentos consecutivos que levaram o percentual de 24,1% em junho do ano passado para 49,0% em junho deste ano. No caso das famílias que recebem mais de dez salários mínimos, o percentual era de 8,2% em junho de 2021, enquanto nesta edição ficou em 6,5%.
Segundo o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, a PEIC tem mostrado uma dificuldade crescente das famílias para pagar suas contas. “As famílias se deparam com uma situação que exige organização e planejamento para fazer as contas caberem em um orçamento pressionado pela inflação e dívidas mais caras pelos juros em alta. Apesar da dificuldade, os baixos percentuais de famílias sem condições de pagar nenhuma dívida atrasada que a pesquisa tem mostrado indicam um grande esforço das famílias para não perder o controle da inadimplência, algo fundamental para manter o acesso ao crédito”, explicou Bohn.
O Percentual de Famílias que não possuem condições de quitar suas dívidas em 30 dias teve leva alta na passagem do mês, mas se mantém em patamar historicamente baixo, registrando 2,6%. Esse percentual era de 5,0% em junho de 2021 e de 2,4% na edição do mês anterior. Segundo o presidente da Federação, esse indicador, que sinaliza o grau de persistência da situação de inadimplência, permanece baixo, revelando o empenho das famílias para quitar as contas em atraso.