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Pesquisa da Fecomércio-RS registra nova máxima no percentual de famílias endividadas

11 de abril de 2022

Indicador de contas em atraso teve novo aumento na margem, mas indicador de persistência de inadimplência permanece baixo

Divulgada pela Fecomércio-RS nesta segunda-feira, dia 11, a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência dos Consumidores Gaúchos (PEIC-RS), mostrou que o percentual de famílias endividadas no Rio Grande do Sul corresponde a 96,0% do total de famílias. Esse resultado foi um novo recorde para a série histórica, iniciada em janeiro de 2010.

Quando se analisa o percentual de endividados por grupos de renda, as famílias com menos de dez salários mínimos atingiram 97,2% e no grupo com renda superior a dez salários mínimos esse percentual foi de 90,9%. Para ambos os grupos esse resultado é o maior da série histórica. “Percentuais tão altos de famílias endividadas mostram que o orçamento habitual das famílias já não comporta o consumo corrente. Nesse cenário, o crédito é a saída para viabilizar o consumo”, comentou o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn.

Apesar de ter reduzido na margem, o percentual de entrevistados que se classificam como “muito endividado” tem se mantido elevado (24,7% em março de 2022). O tempo médio de comprometimento com dívidas é, de acordo com a pesquisa, de 6,9 meses e a parcela comprometida de renda com o pagamento das dívidas abarcadas pela pesquisa é de 20,7%.

O percentual de Famílias com Contas em atraso registrou 35,3%, esse valor era de 32,4% em fevereiro e de 22,7% em março. O recente aumento deste indicador é mais sensível no grupo de menor renda, em que o percentual foi de 25,0% em março de 2021 para 42,2% em março de 2022 num processo de alta na maior parte do período. No grupo de renda superior a dez salários mínimos, apesar da alta na margem, o percentual de famílias com contas em atraso é significativamente menor, 8,2%. Num cenário de inflação alta e juros crescentes, é muito provável que se observe novas altas na inadimplência, especialmente entre as famílias de menor renda.

Já o percentual de famílias que não terão condições de pagar nenhuma parte das suas dívidas atrasadas correspondeu a 2,4% do total de famílias, percentual muito próximo da mínima histórica. “De certa forma, ainda que mais famílias apresentem contas em atraso, os dados demonstram que existe um esforço para evitar uma condição permanente de inadimplência, visto à necessidade de recorrer ao crédito para complementar o orçamento familiar, já bastante pressionado pela inflação.

Veja a análise completa da PEIC.