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Inflação vem acima do esperado em fevereiro e registra 10,54% em 12 meses

11 de março de 2022

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou variação de 1,01% em fevereiro de 2022, acelerando em relação ao mês anterior, quando registrou 0,54%, conforme divulgado pelo IBGE. Com isso, o IPCA inicia 2022 em 10,54% no acumulado de 12 meses, mais que o dobro do limite superior da meta de inflação de 4,75%.

A maior contribuição em fev/22 veio da Educação que registrou alta de 5,61% (impacto de 0,31 p.p. sobre o índice geral), com destaque para a alta em cursos regulares (6,67%; 0,28 p.p. de impacto) como Ensino fundamental (8,06%; 0,11 p.p.) e Ensino Superior (5,82%; 0,09 p.p.). O grupo de Alimentação e Bebidas (1,28%; 0,27 p.p.) teve alta especialmente motivada por Alimentação no Domicílio (1,65%; 0,25p.p.) em que os itens Bata-inglesa (23,49%; 0,04 p.p.), Cenoura (55,41%; 0,04 p.p) se destacaram. A terceira maior contribuição veio do grupo Transportes (0,10 p.p.), com aumento de 0,46%. Neste grupo destaque para a alta de 1,68% (0,05 p.p.) no preço dos automóveis novos. Dos nove grupos que compõem o índice geral do IPCA, seis tiveram aceleração frente ao mês anterior.

Na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA), o IPCA teve variação de 0,43% em fevereiro. No mês anterior havia registrado baixa de 0,53%. Na RMPA seis dos nove grupos tiveram variações positivas em fev/22. Os destaques foram os grupos Alimentação e Bebidas, que registrou variação de 1,43% (0,29 p.p.), e Educação que avançou 4,62% no mês. Na RMPA cinco dos nove grupos desaceleraram em relação ao resultado do mês anterior, deixando o acumulado em 12 meses em 9,66%.

No que diz respeito ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), em fevereiro, sua variação no país foi de 1,00%, acumulando alta de 10,80% em 12 meses. Na RMPA, o INPC teve variação de 0,40%, com 9,99% no acumulado em 12 meses.

A inflação em fevereiro veio maior que a esperada, bem superior à expectativa de 0,89% do último focus (04/03/2022). A inflação segue difundida e persistente, com núcleos pressionados e índice de difusão registrando alta de preços em 74,8% dos itens do IPCA – maior que os 73,2% do mês passado e os 63,4% de fevereiro de 2021. Os dados de fevereiro, no entanto, não refletem os impactos recentes dos desdobramentos da guerra da Rússia com a Ucrânia, de forma que o recente repasse da Petrobrás no preço dos combustíveis manterá pressionados os preços nos próximos meses. Nesse cenário, as revisões das expectativas do IPCA para o fim de 2022 aumentam as expectativas sobre o tom que será adotado pela autoridade monetária na próxima reunião do Copom.