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Nova alta de juros… e ainda estamos longe do fim

9 de dezembro de 2021

O Comitê de Política Monetária (Copom), em reunião realizada na última quarta-feira (08/12/2021), decidiu, por unanimidade, subir em 1,5 p.p. a taxa básica de juros da economia brasileira (taxa Selic), acelerando mantendo o ritmo adotado na última reunião. Com isso, a Selic subiu para 9,25% a.a..

Segundo a autoridade monetária, tanto o cenário externo quanto o interno pioraram recentemente. Na conjuntura internacional, a persistência da inflação segue prescrevendo apertos monetários que desfavorecem as economias emergentes. Além disso, a riscos relacionados a possibilidade de uma nova onda da Covid-19 em função da descoberta de novas variantes e da chegada do inverno no hemisfério norte. Já na economia brasileira, ao mesmo tempo que atividade econômica desacelera, a inflação persiste elevada, não só em virtude dos itens mais voláteis, mas também por itens associados às medidas de núcleo. Além disso, as expectativas de inflação tanto para 2022 quanto para 2023 estão desancoradas.

Ainda que o Comitê considere possível que haja uma redução dos preços das commodities internacionais em reais, o que diminuiria a inflação, ficou claro no comunicado que o balanço de riscos pende para pressionar a inflação. Entre os pontos levantados pelo Comitê estão o prolongamento das políticas fiscais de resposta à pandemia, que podem piorar a trajetória fiscal, e os “questionamentos ao arcabouço fiscal”, o que sugere a necessidade de um aperto monetário mais intenso diante de uma situação fiscal futura incerta.

Diante desse cenário, a Autoridade Monetária apontou que deve continuar o processo de aperto monetário, conservando o ritmo adotado na próxima reunião. As expectativas do Focus mostram que a inflação deverá nos dois dígitos até março, passando a cair a partir de então com a esperada reversão da bandeira de escassez hídrica e os reflexos decorrentes do aumento dos juros.