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CNC eleva para 5,8% projeção de crescimento do turismo em 2022

18 de outubro de 2022

Divulgação Fecomércio-RS

Expectativa de aumento do setor de serviços foi ampliada para 3,4% ao ano.

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revisou de 5,1% para 5,8% a projeção de crescimento do turismo em 2022. Para o setor de serviços, a variação do volume de receitas em relação a 2021 foi revista de 2,9% para 3,4%. As alterações das expectativas decorrem do crescimento mensal de 0,7% no faturamento dos serviços, em agosto, apontado hoje pela Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), que é apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação a agosto do ano passado, a alta de 8% foi a 18ª consecutiva.

O crescimento mensal foi alavancado pelos serviços gerais prestados às famílias, cujo volume de receitas subiu 1%. Especificamente em agosto de 2022, os preços dos serviços apresentaram a menor alta mensal, de 0,28%, desde novembro do ano passado (quando foi registrado 0,27%).

“Esse movimento favoreceu a quarta alta seguida das atividades terciárias, impulsionadas pela retomada gradual no pós-pandemia, que vem sendo observada desde a segunda metade do ano passado”, avalia o presidente da CNC, José Roberto Tadros.

Serviços são os que mais cresceram

O setor de serviços apresentou, em agosto, avanço de 10% no nível de atividade, em comparação com fevereiro de 2020 – último mês antes da pandemia de covid-19. “Apesar de ter sido uma das áreas mais castigadas pelas consequências econômicas da crise sanitária, o setor teve o maior avanço se comparado com o varejo, que cresceu 1% de lá para cá, com o turismo, que conseguiu atingir o mesmo patamar daquele momento, e com a indústria, que está 1% abaixo do nível pré-pandemia”, analisa Tadros.

Ano deve terminar com vagas de trabalho no azul

A expectativa da CNC é que os postos de trabalho no turismo brasileiro voltem ao patamar de antes da pandemia a partir do início do período de contratações para a próxima alta temporada. Em 2020, a queda abrupta da atividade levou o setor a eliminar 469,8 mil vagas formais – um encolhimento equivalente a 12% da força de trabalho nessas atividades. As contratações foram, gradativamente, sendo retomadas e, em agosto deste ano, 86% das vagas eliminadas já foram novamente ocupadas. Os destaques são o segmento de bares e restaurantes, com 295,2 mil novos trabalhadores, e o de serviços de hospedagem, com 71,8 mil contratados.

“Desde maio do ano passado, os saldos mensais entre admissões e desligamentos no turismo têm se mostrado positivos e, se o ritmo se mantiver dentro do esperado, 2022 deve encerrar com 309,3 mil postos de trabalho criados”, explica o economista da CNC responsável pela apuração, Fabio Bentes. Segundo ele, os efeitos do aperto monetário devem atingir gradualmente as atividades terciárias nos próximos meses, desacelerando o ritmo de recuperação, sem, no entanto, comprometer a expectativa de avanço do setor neste ano.

Passagens aéreas 47,7% mais caras

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado mensalmente pelo IBGE, apontou elevação de 47,7% no valor das passagens aéreas, no acumulado de 12 meses encerrados em setembro. Esse foi o quarto maior aumento dos quase 400 itens pesquisados. A CNC avalia que o encarecimento das passagens é um dos obstáculos à recuperação mais rápida do setor no Brasil.

Gastos de turistas estrangeiros 24% abaixo de 2019

Conforme o Balanço de Pagamentos apurado pelo Banco Central, o gasto dos turistas estrangeiros no Brasil ainda está 24% abaixo do registrado no mesmo período de 2019. Tomando-se como termômetro o fluxo de aeronaves, nos 10 principais aeroportos do País – responsáveis por 70% dos voos diários –, após uma queda de 89% durante a primeira onda da pandemia, iniciou-se um consistente processo de recuperação, principalmente, no atendimento de demandas regionais.

O fluxo diário de aeronaves ainda segue 11% abaixo do que era constatado no início de 2020. Ainda assim, Fabio Bentes pontua que o turismo segue com expectativas favoráveis, principalmente pelo potencial de regeneração do fluxo de visitantes no Brasil, na próxima alta temporada.

Confira aqui a análise completa.