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Varejo Restrito varia -0,1% em agosto depois de duas quedas

10 de outubro de 2022

Conforme a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do IBGE, o Varejo Restrito brasileiro teve variação de -0,1% no volume de vendas no mês de agosto, na série que considera o ajuste sazonal. A pesquisa investiga empresas varejistas com 20 pessoas ocupadas ou mais. Em comparação com o mesmo período do ano anterior, a PMC teve, em agosto, aumento de 1,6% na série que desconsidera o ajuste (em julho havia registrado variação de -5,3%). Com o resultado de agosto, o varejo restrito brasileiro acumulou variação de -1,4% em 12 meses (em julho foi de -1,8%). Em relação ao período pré-pandemia, o indicador encontra-se 1,1% acima daquele período.

No Rio Grande do Sul (RS), comparado ao mês anterior, o Varejo Restrito teve variação de 0,4%, na série dessazonalizada. Em relação ao mês de agosto do ano passado, houve aumento de 10,9%. Com o resultado de jul/22, o varejo gaúcho teve alta de 5,5% no acumulado em 12 meses. Em relação ao período pré-pandemia, o indicador encontra-se 9,8% acima daquele período.

Já no Varejo Ampliado, que inclui as atividades de material de construção e veículos, motos, partes e peças, foi verificada queda de 0,6% ante o mês anterior para o Brasil (BR) e redução de 0,4% para o RS. Em relação a ago/21, as vendas caíram 0,7% no país, enquanto houve alta de 7,7% no estado. Dessa forma, o volume de vendas do Varejo Ampliado registrou no acumulado em 12 meses queda de 2,0% no Brasil e alta de 1,7% no Rio Grande do Sul.

A alta de 10,9% no caso do Rio Grande do Sul na comparação com ago/21 foi resultado de 6 altas e 2 quedas na desagregação das atividades investigadas. Os segmentos de Combustíveis e Lubrificantes (63,3%), Hipermercados, Supermercados, Prod. Alimentícios, bebidas e fumo (7,0%), Artigos farmacêuticos e perfumaria (7,8%), Livros, Jornais, Revistas e papelaria (14,1%), Outros Artigos de uso pessoal e doméstico¹ (0,7%), e Tecidos, vestuário e calçados (6,2%), registraram altas. Do lado das quedas ficaram Materiais de Escritório e Informática (-1,2%), e Móveis e eletrodomésticos (-8,3%). No Varejo Ampliado, a atividade de Veículos, Motos, Partes e Peças registrou aumento de 2,2% na comparação com o mesmo período de 2021 e de -4,6% no acumulado em 12 meses. Já Materiais de Construção apresentou alta interanual de 10,5%, fechando no acumulado em 12 meses com avanço de 3,6%.

O dado global da PMC mostra relativa estabilidade do comércio em agosto, na sequência de resultados que em conjunto tem apontado para a perda de força do setor. Na margem, o maior destaque fica para o segundo resultado positivo no volume de vendas dos combustíveis na esteira da nova redução no preço em agosto (-10,82% que seguiu recuo de 14,5% em julho), diante das desonerações e da dinâmica dos preços de petróleo; vestuário também teve alta, mas não compensou os dois recuos anteriores. Hipermercados e supermercados, segmento muito sensível à renda e com maior peso na PMC, variou 0,2%, enquanto artigos farmacêuticos caíram 0,3%. O cenário à frente deve continuar indicando ritmo menor do setor, com maior impacto nos bens mais sensíveis ao crédito e a possibilidade de alguma sustentação no consumo de bens sensíveis à renda pelos estímulos fiscais de curto prazo e os avanços no mercado de trabalho.

¹O grupo contempla: comércio varejista não-especializado sem predominância de produtos alimentícios, em estabelecimentos que oferecem variedade de linhas de mercadorias; o comércio varejista realizado em lojas de departamentos; Comércio varejista especializado de peças e acessórios para aparelhos eletroeletrônicos para uso doméstico, exceto informática e comunicação; Comércio varejista de artigos recreativos e esportivos; Comércio varejista de artigos de óptica; Comércio varejista de jóias e relógios; Comércio varejista de outros produtos novos não especificados anteriormente.