A taxa de desocupação caiu ao menor patamar desde julho de 2015. A queda da taxa de desocupação foi acompanhada por um aumento no rendimento médio real de todos os trabalhos na comparação com o trimestre imediatamente anterior. A alta foi fortemente impulsionada pela recente queda da inflação.
Conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do IBGE, a taxa de desocupação média brasileira foi de 8,9% no trimestre encerrado em agosto de 2022. No trimestre anterior, encerrado em maio de 2022, a taxa foi de 9,8% e no trimestre encerrado em agosto de 2021, 13,1%. Essa foi a menor taxa de desocupação registrada para um mês de agosto desde agosto de 2014 (7,0%). A taxa de participação da população em idade ativa na força de trabalho ainda é menor do que no período que antecedeu a pandemia. No trimestre encerrado em agosto de 2019 a taxa de participação era de 63,7%. Se houvesse essa mesma taxa de participação e não a atual de 62,7% (destaque-se que a mesma vem aumentando) teríamos, potencialmente, uma taxa de desocupação da ordem de 10,3%, mas mesmo assim ela estaria apresentando uma trajetória de queda e a mesma já estaria abaixo do nível pré-pandemia.
O contingente de desocupados, apesar da queda da taxa de desocupação, continua muito elevado, totalizando 9,7 milhões de pessoas, porém cabe destacar que esse número já foi muito maior. No mesmo período de 2021, o Brasil contava com 13,9 milhões de pessoas desocupadas. A população ocupada, por sua vez, teve aumento na comparação com o trimestre anterior (1,5%) e uma alta de 7,9% em relação ao trimestre encerrado em agosto de 2021. Atualmente, a população ocupada está em 99 milhões de pessoas. A população em idade de trabalhar fora da força de trabalho, por sua vez, está atualmente em 64,6 milhões de pessoas e a população desalentada em 4,3 milhões. Ambas tiveram redução com relação ao mesmo período de 2021. A taxa de informalidade alcançou 39,7%, ficando menor do que no trimestre passado e no mesmo período do ano anterior.
O rendimento real médio das pessoas ocupadas foi de R$ 2.713 no trimestre encerrado em agosto de 2022, ficando estável na comparação com o período do ano anterior, e, em relação ao trimestre encerrado em maio de 2022, houve alta de 3,1%. A massa de rendimento real teve aumento de 7,7% em relação ao período de agosto de 2021. Na comparação com o trimestre anterior houve aumento de 4,7%, refletindo tanto o aumento no contingente de ocupados, como do rendimento real médio; com isso, a massa real de salários ficou 1,9% acima do patamar de agosto de 2019.
Na divulgação de agosto dois pontos se destacaram: a nova queda da taxa de desocupação e o aumento do rendimento médio real. Quanto à queda da taxa de desocupação, apesar de ser um patamar ainda alto, ele já é menor do que o patamar pré-pandemia, mesmo com ajustes na taxa de participação. Entretanto, chama a atenção que população fora da força de trabalho passa a se estabilizar num patamar acima do período pré-pandemia. Já sobre o aumento do rendimento médio real, o fator de maior impacto é o comportamento da inflação. A retração da inflação em agosto, associada a aumentos nominais que já vinham sendo registrados, foi responsável pelo aumento significativo na comparação com o trimestre anterior. Na comparação com o mesmo período do ano passado, a inflação continua corroendo muito o poder de compra.