No segundo trimestre de 2022, conforme divulgado pela Seplag-RS/DEE, o Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul registrou queda de 3,5% na comparação com o trimestre imediatamente anterior na série com ajuste sazonal. Esse resultado sucedeu uma queda revisada de 5,1%. Na comparação interanual foi registrado queda de 11,5% no segundo trimestre. Esse resultado sucedeu um aumento de 4,8% no trimestre anterior. Dessa forma, o resultado acumulado em 4 trimestres registrou variação de -2,4%.
O PIB do segundo trimestre de 2022 foi 11,5% menor que o do segundo trimestre de 2021 no Rio Grande do Sul. No caso do país, a variação foi de 3,2%. Sob a ótica da produção, a variação de -11,5% do 2º trim/22 refletiu as perdas de 65,6% na agropecuária. O resultado negativo da agropecuária era de certa forma esperado, tendo em vista que a colheita registrada neste trimestre corresponde ao que foi plantando no início do ano, em que houve forte estiagem no Estado¹. Os Serviços tiveram aumento de 3,8% e a Indústria teve alta de 7,3%. Na Indústria, o resultado refletiu as altas da Indústria de Transformação (4,5%), de Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (18,1%) da Indústria Extrativa Mineral (6,5%) e da Construção (10,6%). Nos Serviços, a atividade de Outros Serviços teve aumento de 11,1%. Já o Comércio avançou 5,1% e os serviços de Informação 6,7%. No Transporte, armazenagem e correio houve variação de 0,2% e em Atividades Imobiliárias de 1,6%. As categorias que recuaram nessa comparação foram a Adm. Pública de Saúde e Educação (-0,7%) e as Atividades de Intermediação Financeira (-2,6%).
No período acumulado em 4 trimestres o PIB teve queda de 2,4%. A queda contou com o recuo de 44,5% da Agropecuária, tendo a Indústria (3,2%) e os Serviços (4,4%) apresentado altas.
Na contramão dos resultados da agropecuária (que puxaram o PIB para baixo), os dados apontaram avanços da Indústria e Serviços. Especificamente quanto aos Serviços (que incluem o Comércio), os resultados vêm em linha com a reabertura da atividade diante do controle da situação sanitária, tanto em relação ao trimestre imediatamente anterior (que conta com os primeiros meses do ano sob a presença da variante Ômicron) quanto na comparação com o mesmo trimestre de 2021, em um cenário que ainda contou com suporte das antecipações do 13º de aposentados pelo INSS e liberações de recursos do FGTS. Para o segundo semestre, ao mesmo tempo em que o gap aperto pela pandemia nos Serviços vai ficando cada vez menor diante da recomposição da demanda reprimida, temos um ambiente macroeconômico restritivo que, apesar do contrabalanço decorrente da nova onda de estímulos por parte do governo federal, deve começar a ter maior influência para uma trajetória de acomodação na atividade.
¹A produção de soja teve queda de 54,3%, para milho e arroz, as contrações foram de 31,6% e 9,8%, respectivamente.