Newsletter

Com nova queda em agosto, IPCA fecha 12 meses em 8,73%

9 de setembro de 2022

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) calculado pelo IBGE registrou variação de -0,36% em ago/22. Em ago/21, a inflação mensal havia sido de 0,87%. Com isso, o IPCA registrou 8,73% no acumulado de 12 meses. Em jul/22, o acumulado em 12 meses apresentava alta de 10,07%.

Dos nove grupos que compõem o índice, dois apresentaram queda no mês de ago/22. A principal redução ocorreu em Transportes. Com variação de -3,37% (ante -4,51% no mês de jul/22), o impacto sobre o índice geral foi de -0,72 p.p.. O principal subitem a registrar queda foi a Gasolina (-11,64%; -0,67 p.p.). O Etanol também contribuiu para a queda (-8,67%; -0,07 p.p.). O segundo grupo a apresentar variação negativa no IPCA de ago/22 foi Comunicação (-1,10%; -0,06 p.p.). Os principais subitens a contribuir para este resultado foram Plano de telefonia móvel (-2,67%; -0,04 p.p.) e Plano de telefonia fixa (-6,71%; -0,02 p.p.).

Os grupos Alimentação e Bebidas (0,24%; 0,05 p.p.) e Despesas Pessoais (0,54%; 0,05 p.p.) tiveram altas que desaceleraram em relação ao mês anterior. O subgrupo Alimentação no domicílio ficou praticamente estável ao variar 0,01%. A Alimentação fora do município variou 0,89% e teve impacto de 0,05 p.p. no índice geral.

Nos demais grupos, as principais altas do mês ocorreram em Saúde e cuidados pessoais (1,31%; 0,16 p.p.), Vestuário (1,69%; 0,08 p.p.), Educação (0,61%; 0,03 p.p.), Artigos de residência (0,42%; 0,02 p.p.) e Habitação (0,10%; 0,02 p.p.).

 Na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA), o IPCA teve variação de            -0,90% em ago/22. Dos nove grupos que são pesquisados, Transportes (-4,56%; -0,98 p.p.), Alimentação e bebidas (-0,61%; -0,14 p.p.), Habitação (-0,62%; -0,09 p.p.) e Comunicação (-0,50%; -0,03 p.p.) apresentaram queda. O grupo Saúde e Cuidados pessoais registrou o principal impacto positivo no índice geral (1,15%; 0,14 p.p.).  Assim, na RMPA, o acumulado em 12 meses foi de 6,95%.

No que diz respeito ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), em agosto, sua variação no país foi de -0,31%, acumulando alta de 8,83% em 12 meses. Na RMPA, o INPC teve variação de -0,78%, ficando com 6,51% no acumulado em 12 meses, a menor inflação acumulada no país, entre as regiões pesquisadas pelo IBGE.

O destaque no resultado do mês de agosto vem na esteira dos efeitos da redução das alíquotas do ICMS, com os dados indicando um provável delay no repasse pelas empresas de telecomunicação, e os combustíveis contando também com queda no preço do petróleo no mercado internacional. O cenário, apesar de trazer alívio ao índice e puxar o resultado em 12 meses para baixo de 10,0% a.a., deve ser visto de forma mais ampla: o índice de difusão segue elevado, com 65,2% dos itens do IPCA tendo registrado variação positiva, e as medidas de núcleo da inflação (que desconsideram itens mais voláteis, como combustíveis) seguem pressionadas, deixando claro que as quedas recentes no índice tem refletido os efeitos das medidas de desoneração adotadas pelo governo, e não um processo desinflacionário propriamente dito, reforçando a cautela necessária à autoridade monetária para a avaliação da evolução desse cenário.