Evento promovido pela Fecomércio-RS aconteceu nesta quinta-feira, 28 de julho
Cerca de 200 pessoas lotaram o auditório do Sindilojas de Farroupilha na noite desta quinta-feira (28) para participar do Giro Pelo Rio Grande, evento promovido pela Fecomércio-RS. O encontro teve como tema “Eleições 2022: o que vem pela frente?” e foi conduzido pelo cientista político Fernando Schuler; pelo consultor econômico da Fecomércio-RS Marcelo Portugal e pelo gerente de Relações Governamentais da Fecomércio-RS Lucas Schifino, que abordaram os possíveis cenários sob as visões políticas e econômicas das eleições estadual e presidencial que ocorrerão em outubro deste ano.
Na abertura do Giro, o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, salientou a importância do debate técnico para que o público possa avaliar as melhores opções para os governos. “Trazermos o Giro para cá é proposital. Queremos conhecer as reais necessidades do empresariado local e ser escuta ativa para propor ações de melhoria”, disse. Indo ao encontro, o presidente do Sindilojas de Farroupilha afirmou: “Este projeto promove a integração do empresário e o Sistema Fecomércio. Neste ano, teremos a oportunidade de ver o debate das principais pautas eleitorais de 2022”.
Na sequência, o prefeito da cidade, Fabiano Feltrin, ressaltou a importância do momento. “O comércio passou por um momento muito difícil durante a pandemia, e esse momento de hoje é muito importante. Além de votar, precisamos acompanhar os políticos que se comprometeram conosco, fazer uma reflexão a respeito das pessoas que determinam as leis que regem as nossas vidas”, disse.
Painel debate cenário eleitoral e crescimento do País
Dando início ao painel, o consultor econômico da Fecomércio-RS Marcelo Portugal observou que o País tem desafios a curto e a longo prazo. “Precisamos acelerar o crescimento do Brasil nos próximos 5 anos e, para isso, precisamos de uma série de ações”, disse.
Marcelo citou a necessidade de uma reforma nos setores público e privado, especialmente no setor público como uma mudança do regime dos cargos públicos, a privatização de empresas públicas e a abertura da economia. “Precisamos repetir o ritmo de reformas dos anos 1994-2005. Foi aquele choque de capitalismo com abertura comercial, privatização acelerada, equilíbrio das contas públicas, estabilidade institucional, fim da hiper-inflação, redução de subsídios setoriais,que gerou vários anos subsequentes de crescimento econômico no país”.
Outro aspecto citado pelo economista é a necessidade de uma reforma tributária. “Qualquer reforma tributária precisa racionalizar e simplificar os impostos, mas sem aumentar os tributos. O setor público já arrecada mais de 2 trilhões de reais por ano em impostos, taxas e contribuições”, destacou.
Logo após, o cientista político Fernando Schuler apresentou o panorama político ao longo dos anos e suas principais mudanças. O painelista apontou que, entre 2013 e 2022, passamos por três crises: de mutação tecnológica, uma instabilidade e uma polarização tribal. “Temos mais gente participando da política de forma ativa, pois as pessoas não dependem mais de uma instituição, como um jornal, para manifestarem suas opiniões. Estamos atravessando uma mudança tecnológica que deu poder para as pessoas e precisamos compreender que a Tecnologia não volta para trás. Nós vamos precisar saber lidar com isso. ” afirmou.
O cientista político também falou sobre o cenário de polarização nas eleições presidenciais e sobre como o governo atual rompeu com um ciclo histórico de polarização entre PT e PSDB. Schuler acredita que houve avanços em vários pontos como com o teto de gastos, a lei das agências reguladoras, a lei de liberdade econômica, a lei das terceirizações, a autonomia do Banco Central e a PEC emergencial.
Por fim, os palestrantes debateram sobre modelos eleitorais de países desenvolvidos, bem como a efetividade do serviço público.