A severa estiagem que atingiu o estado e provocou perdas significativas em lavouras importantes é principal explicação para o resultado
No primeiro trimestre de 2022, conforme divulgado pela Seplag-RS/DEE, o Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul registrou queda de 3,8% na comparação com o trimestre imediatamente anterior na série com ajuste sazonal. Esse resultado sucedeu uma alta revisada de 2,8%. Na comparação interanual foi registrado queda de 4,7% no primeiro trimestre. Esse resultado sucedeu um aumento de 4,8% no trimestre anterior. Dessa forma, o resultado acumulado em 4 trimestres registrou aumento de 7,6%, uma variação menor que verificada no quarto trimestre de 2021 (10,4%).
O PIB do primeiro trimestre de 2022 foi 4,7% menor que o do primeiro trimestre de 2021 no Rio Grande do Sul. No caso do país, a variação foi de 1,7%. Sob a ótica da produção, a variação de -4,7% do 1º trim/22 refletiu as perdas de 41,1% na agropecuária e de 1,9% na indústria. Os Serviços tiveram aumento de 3,7%. A agropecuária sofreu perdas em função da estiagem que atingiu o Estado tendo as culturas da soja (-53,5%) do milho (-31,1%) e do arroz (-10,6%) exercido as principais influências para este resultado. Na Indústria, o resultado contou com as quedas da Indústria de Transformação (-3,7%) e de Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (-7,6%). Já a Indústria Extrativa Mineral (5,5%) e a Construção (8,4%) apresentaram aumento. Nos Serviços, a alta foi influenciada por Outros serviços (9,5%); Transporte, armazenagem e correios (9,3%) e Serviços de informação (7,0%). O Comércio teve variação de -0,4% e tendo como destaques positivos as altas em Outros artigos de uso pessoal e doméstico e de Tecidos, vestuários e calçados e como destaque negativo o comércio de veículos, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio.
No período acumulado em 4 trimestres o PIB teve crescimento de 7,6% e perdeu ritmo ante o último resultado divulgado (IV/2021; +10,4%). Esse movimento de desaceleração foi verificado na Agropecuária e Ia indústria, que tiveram aumentos de, respectivamente, 33,4% e 6,3% nesse período. Os serviços apresentaram crescimento de 1,2%.
Os dados divulgados hoje não surpreenderam. Em linhas gerais, no comparativo com o mesmo período do ano passado, a grande taxa destoante foi a da Agropecuária. A estiagem que atingiu o Rio Grande do Sul em I trim/22 foi muito maior do que os primeiros prognósticos apontavam, porém nos últimos meses vários indicadores já davam ideia da magnitude das perdas. Na margem, porém, os dados mostram uma economia com sinais mais claros de desaceleração que a economia brasileira, com Serviços crescendo muito pouco, e Indústria retraindo. Para os próximos trimestres, a surpresa positiva deve vir também da Agropecuária que deve registrar bons números na safra de inverno, enquanto Indústria e Serviços continuarão submetidos a impactos negativos da conjuntura atual.