O Comitê de Política Monetária (Copom), em reunião realizada na última quarta-feira (17/06/2022), decidiu, por unanimidade, subir em 0,5 p.p. a taxa básica de juros da economia brasileira (taxa Selic). Com isso, a Selic subiu para 13,25% a.a. – atingindo seu maior patamar em cinco anos.
No cenário avaliado para tomar a decisão, além da continuidade da deterioração do ambiente externo com revisões negativas para o crescimento global, a atividade econômica brasileira veio acima do esperado e a inflação seguiu surpreendendo negativamente. Além disso, as expectativas de inflação seguiram se deteriorando, apontando 8,5% para 2022, 4,7% para 203 e 3,25% para 2024.
Nos cenários de riscos para inflação, a maior persistência das pressões inflacionárias globais e também a incerteza quanto ao arcabouço fiscal do país são riscos para uma inflação mais alta, enquanto uma possível reversão (mesmo que parcial) do aumento do preço em real das commodities e uma desaceleração da economia brasileira maior que a projetada figuram como aspectos que podem puxar a inflação para baixo.
O comitê afirmou no comunicado que a decisão reflete uma incerteza maior com relação aos seus cenários e um balanço de risco com variância ainda maior do que a usual para a inflação prospectiva, e que a mesma é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante, que inclui o ano calendário de 2023.
O Copom também indicou a ampliação do ciclo de aperto monetário para não perder de vista as expectativas da inflação, sinalizando um ajuste na próxima reunião, em igual ou menor magnitude. A análise do cenário mostra que as taxas de juros se elevarão mais e ficarão altas por mais tempo do que o originalmente esperado quando do início do ciclo contracionista da política monetária.