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PIB do RS cresce 10,4% em 2021

18 de março de 2022

O resultado representou o maior crescimento desde o início da série histórica, de 2002 

No quarto trimestre de 2021, conforme divulgado pela Seplag-RS/DEE, o Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul registrou alta de 3,3% na comparação com o trimestre imediatamente anterior na série com ajuste sazonal. Esse resultado sucedeu uma queda revisada de 4,0%. Na comparação interanual foi registrado crescimento de 5,0% no quarto trimestre. Esse resultado sucede um aumento de 4,4% no trimestre anterior. Dessa forma, o resultado acumulado do ano, e portanto, do PIB de 2021, registrou aumento de 10,4%. Para o Brasil, as variações foram de 0,5% na margem e de 4,6% no fechamento de 2021, conforme o IBGE.

O PIB do quarto trimestre de 2021 foi 5,0% superior ao do quarto trimestre de 2020 no Rio Grande do Sul. No caso do país, a variação foi de 1,6%. Sob a ótica da produção, o aumento de 5,0% do 4º trim/21 foi reflexo da alta de 42,1% da agropecuária, de 4,0% da indústria e de 4,2% dos Serviços. A agropecuária cresceu em cima de uma base deprimida em função dos efeitos da estiagem ocorrida no ano passado. Na indústria, o resultado positivo teve participação importante do aumento de 3,3% na indústria de transformação, e da construção civil (9,2%). Os Serviços cresceram 4,2% com destaque para transporte, armazenagem e correio (8,6%), outros serviços (8,5%) e comércio (3,8%).

O resultado do PIB no ano de 2021 foi muito influenciado pela recuperação da Agropecuária e da Indústria. A agropecuária subiu 67,2%, tendo recuperado boa parte das safras que sofreram com a estiagem em 2020. Em especial a Soja (80,8%), o arroz (6,8%) e o trigo (68,5%) tiveram impactos importantes. Na Indústria, houve aumento de 9,7% no acumulado do ano. Essa alta foi bastante influenciada pela indústria de transformação (11,8%). Neste ramo a agropecuária também influenciou, tendo o grupo máquinas e equipamentos se destacado (35,5%). Porém outros grupos tiveram aumentos relevantes como os produtos de metal (19,0%), os derivados de petróleo (12,8%) e couro e calçados (16,5%). A atividade de Serviços registrou crescimento de 4,1%. O Comércio teve variação de 6,6%, tendo como principais destaques artigos de uso pessoal (30,2%), Tecidos vestuário e calçados (22,1%) e artigos farmacêuticos.

Depois de um 2020 de duras perdas em que além da pandemia houve grande impacto da estiagem, a economia em 2021 fechou com crescimento expressivo – que aconteceu, justamente, sobre uma base muito deprimida; porém, mesmo descontada a queda no ano anterior, mostra avanço importante. Entre os setores, enquanto os destaques do agro e da indústria fecharam 2021 superando em 17,9% e 8,3% o patamar pré-pandemia, respectivamente, os Serviços – que cresceram 4,1% em 2021 – superaram em 0,9% o patamar pré-crise, condizente com um setor que demorou mais para engatar a retomada, diante da maior dependência do controle da pandemia para redução de restrições. No entanto, as boas notícias do desempenho em 2021 – que levaram o PIB próximo ao pico da série – abrem alas para um 2022 que, desde o início, já prenuncia um ano muito desafiador em que, além do impacto da estiagem sobre o agro, ainda conta com incertezas dos desdobramentos da guerra na Ucrânia, além de um cenário macro restritivo, com inflação e juros elevados.