O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou variação de 0,73% em dezembro de 2021, desacelerando em relação ao mês anterior, quando registrava 0,95%, conforme divulgado pelo IBGE. Com isso, o IPCA encerra 2021 em 10,06%, quase o dobro do limite superior da meta de inflação de 5,25%. No ano passado, apesar de acima do centro da meta, os 4,52% verificados em 2020 estavam ainda dentro da margem de tolerância.
A maior contribuição em dezembro de 2021 (0,17 p.p.) foi de Alimentos e Bebidas que registraram alta de 0,84%, motivada especialmente pelo aumento do preço das frutas (8,6%). As carnes voltaram a subir (1,38%) e o café moído ganhou destaque na divulgação do IBGE por apresentar o 10º mês consecutivo de alta. O grupo de Transportes, depois de ter alta de 3,35% em novembro de 2021 aumentou 0,58% dezembro de 2021, também tendo uma contribuição relevante para a inflação do mês (0,13 p.p.). A terceira maior contribuição veio do grupo Habitação (0,12 p.p.), com aumento de 0,74%. Todos os nove grupamentos pesquisados tiveram alta em dezembro de 2021, sendo que cinco aceleraram, um manteve-se praticamente estável e três desaceleraram. A maior alta veio de Vestuário com aumento de 2,06% em dezembro de 2021.
Na Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA), o IPCA teve variação de 0,88% em dezembro, desacelerando ante a novembro (0,95%). Na RMPA também oito dos nove grupos tiveram elevação em dezembro de 2021 – a exceção foi Educação que ficou estável. O destaque foi o grupo Habitação que registrou alta de 2,42% impulsionado pelo aumento de 14,70% aplicado pela CEEE, válido desde 22 de novembro. Com o resultado do mês, o IPCA fechou em 10,99% no acumulado de 2020.
No que diz respeito ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), em dezembro, sua variação no país foi de 0,73%, acumulando alta de 10,16% no ano passado. Na RMPA, o INPC teve variação de 0,88%, fechando 2020 com 11,39%.
O ano de 2021 foi desafiador em muitas frentes, porém a questão inflacionária ganhou destaque. Fenômeno mundial, a inflação fez com que os juros voltassem a subir na maioria dos países. No Brasil, a taxa Selic, principal instrumento de política monetária, que iniciou 2021 em 2,0% chegou em 9,25%, e não vai parar por aí. O Banco Central tem a difícil missão de fazer os preços desacelerarem e que as expectativas voltem a se ancorar. Segundo o último Boletim Focus, o Brasil corre o risco ter pelo segundo ano consecutivo em 2022 o teto da meta rompido. Atualmente, a expectativa é que o IPCA encerre 2022 em 5,03% e a Selic em 11,75%.