Conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do IBGE, a taxa de desocupação média brasileira foi de 14,6% no trimestre encerrado em maio de 2021, o que corresponde a 14,6 milhões de brasileiros desocupados. Desta forma, quando comparado ao trimestre anterior (dez/20-fev/21) houve estabilidade da taxa de desocupação (14,4%), e quando a comparação é com o mesmo período do ano anterior (12,9%), observa-se o aumento da taxa.
Relativamente ao período encerrado em maio de 2020, o aumento da taxa de desocupação ocorreu com estabilidade da população ocupada (variação de 0,9% não considerada significativa pelo IBGE), e com aumento da população economicamente ativa (força de trabalho) de 2,9%, evidenciando que o aumento da taxa de desemprego decorreu da entrada de pessoas na força de trabalho. Em um ano 2,9 milhões de pessoas entraram no mercado de trabalho, sendo 2,1 milhões na condição de desocupados. O contingente de pessoas fora do mercado de trabalho ficou estável, totalizando 75,8 milhões.
O rendimento médio das pessoas ocupadas foi de R$ 2.547,00 no trimestre encerrado em maio de 2021, configurando uma situação de estabilidade em ambas as bases de comparação aqui consideradas. A massa de rendimento real também ficou estável em ambas as bases comparativas.
No auge da crise no ano passado, muitas pessoas acabaram sendo demitidas e outras desistiram de procurar emprego em função das condições impostas pela pandemia, o que fez encolher muito a força de trabalho. Com o avanço na situação da vacinação e maior flexibilidade, as pessoas no trimestre encerrado em maio passaram a buscar novamente empregos, o que naturalmente pressionou a taxa desocupação na comparação anual, já que o aumento da força de trabalho não foi acompanhado por avanço na ocupação. Os dados do IBGE indicam que o caminho de recuperação do mercado de trabalho como um todo ainda é longo, com ocupação ainda 7,5% abaixo do patamar pré-pandemia, e a força de trabalho 4,3% menor.