No primeiro mês de 2021, o estoque total de crédito do sistema financeiro nacional (incluindo recursos livres e direcionados) não sofreu alteração significativa (variação de 0,0%) em relação ao mês anterior. Já na comparação com janeiro de 2020 houve avanço de 16,0%. Com isso, o saldo totalizou R$ 4,0 trilhões, conforme divulgado pelo Banco Central. Como proporção do PIB, o montante total de crédito atingiu 54,1%. Na região Sul, para operações iguais ou superiores a R$ 1 mil, o saldo total de crédito em janeiro foi de R$ 796,1 bilhões, com variação de 0,2% frente ao mês anterior e crescimento de 19,6% na comparação interanual.
As concessões de crédito livre tiveram alta de 1,9% em janeiro na comparação com dezembro, na série com ajuste sazonal. Em relação a janeiro de 2020, as concessões com recursos livres tiveram queda de 12,7%, com baixa de 13,6% para pessoas físicas e de 11,5% para pessoa jurídica. No acumulado em 12 meses, em relação ao ano passado, as concessões tiveram uma queda de 1,2%, resultado da baixa de 4,3% para pessoa física, uma vez que para a pessoa jurídica o resultado foi de uma alta de 2,3%.
A taxa média de juros para as operações de crédito com recursos livres teve variação de 2,9 p.p. em janeiro, registrando 28,4% a.a.., com alta de 2,2 p.p. na taxa às famílias, que atingiu 39,4%, e de variação de 3,5 p.p. na taxa às empresas, que marcou 15,2%. A inadimplência superior a 90 dias, também para as operações com recursos livres, ficou praticamente estável em relação ao mês anterior ao registrar 3,0%, com a inadimplência das famílias em 4,1% e das empresas em 1,6%.
O cenário do crédito para o Brasil em 2021ª expectativa é que haja uma expansão bem menor do que a ocorrida no ano passado, quando foi muito motivada por programas públicos voltados à pessoa jurídica. Na esteira da perspectiva da elevação da taxa de juros e da persistência do quadro de piora da pandemia, é razoável esperar um aumento da inadimplência, tanto de pessoas físicas quanto jurídicas.