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Taxa de desemprego em 14,1% no trimestre encerrado em novembro

29 de janeiro de 2021

Conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do IBGE, a taxa de desocupação média brasileira foi de 14,1% no trimestre encerrado em novembro de 2020, (a queda já era sazonalmente esperada). Dessa forma, de acordo com o IBGE a taxa manteve-se estável ante o trimestre móvel anterior encerrado em agosto (14,4%) mas quando a comparação é feita frente ao mesmo trimestre de 2019 (11,2%) verifica-se o aumento.

Relativamente ao mesmo período do ano anterior, a população ocupada encolheu 9,4%         (-8,8 milhões), e a população da força de trabalho disponível se retraiu em 6,3% (-6,7 milhões). Dessa forma, com uma queda maior na população ocupada do que na força de trabalho, a desocupação avançou de 11,2% para 14,1% em um ano. Na comparação com o mês imediatamente anterior observou-se aumento de 1,5% na população ocupada, com 1,3 milhões de pessoas a mais ocupadas do que no trimestre finalizado em setembro.

O rendimento médio das pessoas ocupadas foi de R$ 2.517,00 no período de setembro a novembro de 2020, um aumento de 7,9% em relação à remuneração do mesmo trimestre do ano anterior. Na mesma base de comparação, a massa real de salários teve contração de 5,9%. Dessa forma, o aumento do rendimento médio reflete a diminuição da população ocupada em maior intensidade do que o encolhimento da massa de salários real, indicando que a perda de ocupações foi mais concentrada em trabalhadores com rendimentos médios mais baixos (algo que se verificou desde o início da pandemia.

Os dados da Pnad Contínua do trimestre encerrado em novembro mostram a continuidade da retomada da ocupação no mercado de trabalho total, porém, dois aspectos têm de ser destacados: 1) o nível de ocupação permanece muito deprimido, muito aquém do patamar pré-pandemia; 2) mesmo com o aumento do emprego, não há mudança na taxa de desocupação em relação ao trimestre anterior (terminado em agosto) pois há aumento na força de trabalho – ou seja, as pessoas voltaram a procurar emprego com o avanço das flexibilizações, em proporção similar ao que foi absorvido na ocupação. Mesmo assim, o resultado comparado ao mesmo trimestre de anos anteriores registra a maior taxa de desemprego desde o início da série em 2012. Para os próximos meses, sobretudo a partir do começo de 2021, o encerramento do auxílio emergencial deve impulsionar um contingente maior na busca de trabalho, de forma que a evolução do mercado de trabalho, bem como seu ritmo, se depara com um cenário cheio de incertezas com o recrudescimento da pandemia e, além do fim do suporte às famílias, o encerramento do programa de suporte ao emprego para as empresas (Bem). Nesse cenário, o controle da pandemia e, portanto, a evolução do processo de vacinação serão os condicionantes de como o emprego deverá se comportar ao longo de 2021.