Em julho, o estoque total de crédito do sistema financeiro nacional (incluindo recursos livres e direcionados) teve variação de 1,0% frente a junho e registrou avanço de 11,3% em relação a julho de 2019. Com isso, o saldo totaliza R$ 3,7 trilhões, conforme divulgado pelo Banco Central. Como proporção do PIB, o montante total de crédito atingiu 51,1%. Na região Sul, para operações iguais ou superiores a R$ 1 mil, o saldo total de crédito em julho foi de R$ 707,8 bilhões, com variação de 1,3% frente ao mês anterior e crescimento de 13,4% na comparação interanual.
As concessões de crédito livre tiveram alta de 3,8% em julho na comparação com junho, na série com ajuste sazonal. Em relação a julho de 2019, as concessões com recursos livres recuaram 4,5%, com queda de 9,1% para pessoas físicas e avanço de 1,0% para pessoa jurídica. No acumulado em 12 meses, em relação ao ano passado, as concessões cresceram 9,2%, resultado das altas de 14,7% para pessoa jurídica e de 4,3% para pessoa física.
A taxa média de juros para as operações de crédito com recursos livres teve variação de -0,9 p.p. em julho, registrando 27,3% a.a.. O resultado teve influência do recuo de 1,5 p.p. na taxa às famílias, que atingiu 39,9%, e da taxa às empresas, que teve queda de 0,7 p.p., marcando 12,3%. A inadimplência superior a 90 dias, também para as operações com recursos livres, foi menor que a do mês anterior ao registrar 3,5%, com a inadimplência das famílias em 1,9% e das empresas em 5,1%.
As estatísticas de julho mostram uma aceleração do avanço do saldo da carteira de crédito, voltando a registrar crescimento de dois dígitos na comparação interanual, algo que não se verificava desde agosto de 2015. Destaca-se entre os resultados do mês, a concessão de crédito às empresas com recursos direcionados (R$ 29 bilhões), que tiveram um salto de 253,7% em relação ao mesmo mês do ano passado, tendo sido impulsionado pelas contratações no âmbito do Pronampe, cuja maior parte de seus recursos foi liberada em julho. Dada a elevada demanda, a segunda fase do programa, com novo aporte de recursos, deve dar mais um fôlego ao crédito para os pequenos negócios enfrentarem a crise.